sábado, 23 de julho de 2011

Papéis trocados... papéis rasgados.

Nunca pensei que rasgar dois cartões e uma foto seriam semelhantes a um beliscão daqueles bem doloridos dentro do peito.
Decidi a pouco tempo jogar fora um monte de papeis inúteis que eu tinha guardados dentro de uma pasta de documentos, dentre eles contra-cheques antigos, faturas de cartão de crédito de 3 anos atrás, aff... só comida de traça. Eu ia pegando os papéis, dava uma olhada rápida e já amassava, descartando em seguida dentro de uma sacola. Foi então que no meio de uma pilha, eu toco em 2 envelopes vermelhos. Gelei. Eu sabia o que era, e também sabia o que tinha que fazer com “aquilo”.  Não resisti e peguei os dois envelopes e abri. Dentro haviam 2 cartões e uma foto. 

Olhar e ler aquilo foi como ter parado no tempo e eu me vi no exato momento em que eu me lembro de ter ganhado aquilo tudo. Reconheci o rosto de quem havia me presenteado com eles, revivi a cena, o encantamento, as malditas lembranças. O problema foi quando terminei de ler os cartões.
Levantei a cabeça, me recuperando um pouco do meio “sonho” que eu tive, percebi que estava no dia 23 de julho de 2011, e não mais no dia 12 de junho de 2009. Foi como um soco na boca do estômago. Um vazio enorme me preencheu em 5 segundos, e chorei como uma criança.
Fazia algum tempo que eu não chorava por isso, talvez porque eu tenha sido ultimamente (graças a Deus) mais forte do que eu imaginava, mas aqueles cartões e a aquela foto me pegaram de surpresa, desarmada, talvez até inconscientemente frágil.
Peguei-os rapidamente, coloquei de volta dentro dos envelopes e rapidamente tratei de rasgar. A cada puxão que eu dava, eu sentia uma fisgada incrível dentro do peito, e eu bruta como sou, segurando de novo as lagrimas pra não chorar. Jesus. Que momento terrível. Rasguei os dois e os coloquei no saco junto com o restante do lixo. Agora, os cartões no envelope vermelho também eram lixo.
Faltava a foto. Lembro-me como se fosse ontem o dia em que tirei aquela foto. Estávamos na praia, na casa de uma amiga, se não me engano em novembro de 2008, e havíamos saído pra caminhar junto com nossos amigos na beira da praia. Peguei a câmera, e num momento de distração dela, tirei a foto mais perfeita que tinha tirado até então. Pose e sorriso naturais, sem nada forçado. Não tive duvidas na hora de que aquela foto deveria ser impressa.
Peguei a foto. Dei o primeiro puxão. Ela não rasgou. Tentei de novo. Ela não rasgou novamente. Inverti a posição e puxei. E ela se partiu em duas. E eu também.
Piquei ela em mais 2 partes, com as mãos muito trêmulas, o coração ferido e ardido de alguém quem destrói algo bonito de seu passado, algo feliz de sua vida.
Juntei os pedaços e coloquei junto com o lixo. Olhei pra janela e me deixei chorar uns minutos, na tentativa de aliviar o que eu estava sentido. Confesso que não imaginei que seria tão difícil me desfazer de dois míseros cartões e uma foto, cheios de lembranças eu sei, mas ainda sim papel, somente papel.
Eu sei que ainda vou sentir isso novamente, porque tratei de esconder da minha vista o restante de cartas e fotos que me lembram nossos momentos. Sei que estão escondidos em diversas partes do meu quarto, onde eu ainda não tive coragem de mexer. Cedo ou tarde eu vou me deparar com eles, e sei também, que vou sentir de novo a mesma coisa. 
A pergunta é: até quando?


T.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nostalgia

Hoje minha amiga T (S2), me enviou um Email, lembrando de alguns fatos do passado. E assim como ela colocou no Email que a nostalgia bateu nela, bateu em mim também.

O dicionario diz: 
1. Tristeza profunda causada por saudades do afastamento da pátria ou da terra natal.
2. Estado melancólico causado pela falta de algo.

No nosso caso, falta de algo, falta de nós mesmas e de outros. Ai bateu aquele pensamento, como as pessoas vão e vem, uma ficas, outras se vão completamente em nossas vidas. Nosso mercado de trabalho é muito rotativo, tu trabalha com as pessoas se apega faz amizade e ai elas se vão, por um tempo ainda se consegue manter contato, marcar happys e almoços, mas depois acaba que cada um segue sua vida e lá no outro lugar faz outras amizades e assim por diante.
O bom nessa historia é que se conhece muitas pessoas, muitas pessoas. Algumas legais outras nem tanto.

Fato que essas pessoas sempre deixam algo de bom (ou ruim), como um aprendizado. Assim eu quero ser. Assim eu não quero ser.
As amizades neste meio são bem complicados, mas quando existem são para sempre.

Saudade T.

bej
D.